Volvo planeja fábrica no Brasil
— Previsão de investimento é de R$ 500 mil para produzir 20 mil carros/ano
— Início das obras depende da definição das regras do novo regime automotivo
O mercado de carros acima de R$ 80 mil está tendo um crescimento maior do que os segmentos inferiores no Brasil. Foram 480 mil unidades no ano passado, serão 800 mil em 2017 e 1,2 milhão em 2020. Essa previsão, feita pelo presidente da Volvo Car da América Latina, Paulo Solti, foi que determinou a opção pela construção da fábrica da empresa no Brasil. A decisão final, no entanto, depende da definição das regras do novo regime automotivo, que deve acontecer em breve.
"Há tempos que a Volvo analisa a possibilidade de montar uma fábrica no Brasil, mas é difícil vender um projeto para a matriz na Suécia tendo que explicar essa instabilidade tributária", disse Paulo Solti, referindo-se ao IPI adicional aplicado sobre as marcas que não têm fábrica no Brasil, e que prejudicou as vendas do segmento este ano. A Volvo deve fechar 2012 com vendas de quatro mil unidades, 30% menos que no ano anterior.
O utivo reconheceu que a taxação extra dos importados contribuiu para que a empresa apressasse as discussões sobre a construção da unidade no País.
Ele aguarda a definição das regras para anunciar oficialmente a fábrica, o que espera fazer até o Salão do Automóvel.
"Quem não produzir localmente não vai crescer – avalia o utivo – mas o governo precisa ter regras claras. Não podemos nos submeter ao humor do mercado, as mudanças de alíquotas, aos aumentos dos impostos. A matriz só vai investir com a certeza de rentabilidade".
O Brasil é um dos focos da Volvo mundial no próximo período, junto com os parceiros dos BRICs. A fábrica na China está definida, onde a marca vende 50 mil unidades por ano: a unidade chinesa começa a produzir em 2014. Na Índia (1000 unidades/ano) a produção local ainda está em estudo e na Rússia (23 mil carros/ano) a possibilidade é remota.
O investimento na fábrica brasileira é estimado em R$ 500 milhões, assim como a capacidade de produção, que será entre 15 e 20 mil unidades. O local da fábrica ainda não foi escolhido, assim como o carro que vai iniciar a produção. Mas como a maior parte dos clientes da Volvo está no Sul e no Sudeste, a tendência é se estabelecer na região. São Paulo e Paraná são os estados mais cotados, sendo o último o mais provável.
Paulo Solti prevê um prazo de 24 meses para a construção da fábrica, o que indicaria o início da produção para 2015. Até lá a empresa tem um plano de investimentos e de lançamentos de novos modelos que independe da produção no Brasil para atender a expansão a empresa vai ampliar a rede, que iniciou o ano com 20 concessionárias e vai encerrar com 26 e nos próximos três anos – até 2015 – será inaugurado um ponto de venda por mês no Brasil.
"Além do crescimento quantitativo, queremos ampliar a nossa presença no mercado com uma rede mais eficiente e uma maior cobertura geográfica", disse Paulo Solti.
Se o crescimento do mercado de 80+ (carros acima de R$ 80 mil) é promissor, como vimos, o mercado de luxo é ainda mais atrativo. As cinco marcas premium que atuam no Brasil – Mercedes-Benz, Audi, BMW, Volvo e Land Rover – venderam juntas, em 2008, 15 mil unidades. Três anos depois, em 2011, foram 45 mil, e apesar da previsão de queda neste ano, para 35 mil carros, a expectativa para 2020 é atingir a marca de 150 mil carros, isto é, quadruplicar as vendas em relação a hoje.
Independentemente da produção no Brasil, a Volvo já tem planejado o lançamento de cinco carros até 2015. Neste ano chega o Sportswagon V60, que será apresentado no Salão do Automóvel em 2013 será a vez do V40 e no ano seguinte o utilitário esportivo XC60. A previsão para 2015 é o utilitário esportivo XC90.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.