Consumidor não paga aumento e preço cai
— Preço praticado do carro zero cai pelo terceiro mês seguido, mas alta no semestre ainda é expressiva: + 2,8%
Depois de altas seguidas nos três primeiros meses do ano, os preços do carro zero voltaram a cair, fechando o semestre com uma alta acumulada de apenas 2,8%. A queda em junho foi de 0,4%.
O aumento do preço no semestre ainda é alto considerando o comportamento do mercado nos últimos anos, quando os preços caíram ou tiveram apenas altas residuais, mas bem inferiores às registradas no primeiro trimestre.
Os dados são do índice Autoinforme/Molicar, que registra mensalmente a evolução do Preço de Verdade do carro zero, isto é, o preço realmente praticado no mercado e não o valor das tabelas oficiais.
As montadoras iniciaram o ano com muito apetite, reajustando os preços de tabela alegando aumentos dos custos por causa da obrigatoriedade do ABS e do airbag. Além disso, houve o retorno de um ponto percentual de IPI, o que contribuiu para a alta.
Já em janeiro o aumento médio do preço do carro zero foi de 1,4%; em fevereiro, uma alta ainda maior, de 2,4% e em março mais 1,6%. No acumulado do trimestre, 4%, um índice fora de propósito se consideramos que durante todo o ano de 2013 o carro zero ficou 0,5% mais barato.
O aumento expressivo no primeiro trimestre explica a queda de vendas: assustado com o preço, o consumidor se retraiu, optou pelo carro usado, o que fez o segmento crescer no período (veja matéria). Diante da queda de vendas as montadoras não tiveram outra saída que não o reposicionamento dos preços, na tabela ou através de bônus às concessionárias, provocando as quedas verificadas nos meses seguintes (veja gráfico).
Apenas 14, das 50 marcas vendidas no mercado brasileiro aumentaram os preços acima da média de 2,8% no semestre. Entre elas, duas grandes: a GM, com alta de 6,3%, e a Fiat, com 3,6%. Os preços dos carros da Volkswagen aumentaram 2,6% e os da Ford 2,5%.
A marca que mais aumentou os preços no semestre foi a Shineray, alta de 9,9%. Jeep (+7,5%), Chery (+6,8%) e Maserati (6,3%), também tiveram altas expressivas (veja quadro).
Na parte de baixo da tabela a Mahindra foi a marca que mais perdeu preço no período: -10,7%, seguida por RAM (-10,3%) e TAC (-10,1%). Changan(-5,9%), Dodge(-3,8%) e Rely(-1,6%) também tiveram quedas expressivas.
Junho confirma tendência de queda
Com baixa de 0,4%, junho registrou a terceira queda de preços seguida no ano (veja gráfico), depois de um primeiro trimestre de alta. Alterações significativas nos preços no mês (para baixo e para cima) indicam a instabilidade do mercado.
A Volkswagen foi com muita sede ao pote com a Kombi Last Edition e muitas unidades acabaram sobrando nos estoques das concessionárias. O resultado foi uma queda de 20%: a perua da Volks foi o carro que mais perdeu preço no mês, passando de R$ 75 mil para R$ 60 mil.
O Audi A8 foi o segundo que mais perdeu, com queda de 17%. A picape Mahindra (-11.6%) e o Camaro (-11,4%) também tiveram quedas expressivas, assim como o Gol, que com a chegada do Up deixou de ser o preferido do consumidor, ficou 11,6% mais barato.
Já o preço praticado do Range Rover Evoque, da Land Rover, subiu 19,3%. O carro custava R$ 193,6 mil e subiu para 231 mil.
O Ssangyong Korando também teve um aumento expressivo, ficou 16,2% mais caro, assim como o Prisma (+14,9%), o Onix (+14,2%) e a picape Ranger (+13,3%).
Veja a lista dos carros que mais subiram e caíram de preço no mês
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