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Montadoras entram no ramo de energia eólica

Joel Leite

27/11/2014 17h02

– Honda lançou nesta quarta-feira (26) o seu primeiro Parque Eólico, que terá capacidade para abastecer a fábrica de Sumaré

A geração de energia elétrica por meio de outras fontes que não sejam a água e a queima de carvão é cada vez mais importante para a sustentabilidade do País, até porque, a maior cidade brasileira (São Paulo) está sofrendo com a crise hídrica e a energia gerada por combustão nas usinas é mais cara e mais poluente.

A energia elétrica gerada pela força dos ventos já é conhecida no País e vem crescendo nos últimos anos. Em 2012 o Brasil produzia cerca de 1.200 megawatts, o que correspondia a apenas 0,6% de toda a energia gerada em território nacional. Até 2012 o Brasil tinha 46 usinas eólicas.

Em 2013 o governo federal ajudou na expansão desta tecnologia e contratou 140 novos empreendimentos que começaram a operar até o final do ano passado, mas nem todos terminaram suas obras em tempo. Hoje temos 143 usinas eólicas espalhadas pelo país, com isso, a energia eólica se tornou a fonte que mais cresce no Brasil. Hoje, este tipo de energia corresponde a 3% de toda a energia gerada no Brasil, acreditasse que, até 2018 esse número chegue a 8%.

A Associação Brasileira de Energia Eólica divulgou que nos próximos seis anos a capacidade instalada de usinas eólicas vai aumentar quase 300% no País. Hoje o Brasil produz 3.445,3 megawatts e passará a entregar 13.487,3 megawatts, o que seria capaz de garantir energia em mais de 20 milhões de casas.

Para se tornar uma montadora cada vez mais sustentável e vendo o potencial do Brasil para geração de energia eólica, a Honda inaugurou nesta quarta-feira (26) o seu Parque Eólico, na cidade de Xangri-Lá, no Rio Grande do Sul.

Segundo o presidente da Honda América do Sul, Issao Mizoguchi, o Parque Eólico é o símbolo do compromisso da montadora com a sustentabilidade e vai gerar 95 mil megawatts por ano, sendo capaz de suprir toda a energia consumida pela fábrica de Sumaré, com isso, a Honda terá uma produção de carros com consumo energético totalmente limpo.

Além disso, com a energia eólica a montadora deixará de emitir 2,2 toneladas de CO² por ano, reduzindo em 30% as emissões da fábrica.

Para a construção do Parque a montadora investiu R$ 100 milhões e instalou nove aerogeradores, responsáveis pela produção de energia. O terreno usado tem 3,2 milhões de m² e a área construída é de 55 mil m².

A energia gerada no Parque é despejada no Sistema Integrado Nacional (SIN), ajudando a abastecer milhares de pessoas, com isso, houve uma redução de 45% nos gastos com a conta de energia da fábrica. Para ter uma ideia, os 95 mil megawatts de energia gerados pela Honda, são capazes de abastecer anualmente uma cidade de 35 mil habitantes, como Aparecida do Norte, no interior de São Paulo.

Foram dois anos de pesquisa para que a Honda chegasse à conclusão de que a melhor fonte de energia renovável para se investir era a eólica. As obras do parque levaram dez meses para serem concluídas. No futuro a montadora pretende ampliar o Parque Eólico e usar a energia gerada para abastecer a fábrica de motos em Manaus e a segunda fábrica de carros, que está sendo construída, em Itirapina.

Durante o evento de inauguração, a senhora Elbia Melo, presidente da Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica), anunciou que atualmente o Brasil é o segundo país mais atrativo para receber investimentos em energias renováveis. Ainda durante o seu pronunciamento, ela divulgou que com a capacidade instalada para gerar energia eólica no estado do Rio Grande do Sul, já seria possível abastecer a cidade de Porto Alegre, que tem 1,47 milhão de habitantes.

Caio Bednarski

Joel Silveira Leite

Joel Silveira Leite é jornalista e pós graduado em Semiótica e Meio Ambiente. Diretor da Agência AutoInforme, responde pelos sites AutoInforme e EcoInforme. Apresenta o Boletim AutoInforme nas rádios Bandeirantes, Band News e Sulamérica Trânsito. É colunista em várias publicações.

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