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O mercado está puxando pra cima

Joel Leite

21/10/2015 16h29

– Marcas de luxo crescem na crise e as populares têm queda de 30%
– Renegade ganha série especial para atender cliente top

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Mal chegou ao mercado o Renegade já conta com uma série especial, a Limited, pra atender um segmento que cresce em contraposição à crise, formado por consumidores de maior poder aquisitivo e que exige carros mais completos, mais equipados.

O Limited é feito em cima da versão Longitude, exatamente a topo de linha entre os modelos flex, e vem com rodas de 18 polegadas, bancos de couro, teto bipartido, sete airbags, quadro de instrumentos com tela de sete polegadas e custa R$ 7 mil a  mais que o Longitude, ou R$ 90 mil.

"O mercado está puxando pra cima", explicou um dirigente da FCA, indicando que, ao contrário do segmento de entrada, onde a crise é mais pesada, os compradores de carros topo de linha estão indo às compras e exigindo um produto mais sofisticado.

A fábrica da FCA em Goiana ajustou o mix de produção do Renegade para atender o crescimento da demanda para as versões topo de linha e a versão a diesel, cuja participação prevista era de 23%, já está em 30%.

O crescimento da versão à diesel ocorre, segundo os técnicos da FCA, porque o Renegade não tem concorrente direto: "nosso concorrentes são dois carros à gasolina, porque a diesel não existe: o Mitsubishi ASX e o Kia Sportage. Ou então as picapes médias, pra quem exige diesel", disse um dirigente da montadora.

A empresa tem hoje 154 concessionárias e chega a 200 até o fim do ano, sendo que 45 vendem também as demais marcas da Chrysler. Em apenas cinco meses conquistou 1,2% do mercado interno, entrou na lista das dez marcas mais vendidas no Brasil deixando pra trás marcas tradicionais como Mitsubishi, Citroën e Peugeot e também colocou o Renegade entre os Dez Mais.

Os números de evolução das vendas este ano constatam a percepção dos dirigentes da FCA: enquanto as marcas que atuam na base do mercado apresentam quedas drásticas de vendas, como Fiat (-33,6%) Volkswagen

(-32,9%) e GM (-30,8%), outras que atuam no topo do mercado cresceram no período janeiro-setembro.

Mercedes-Benz (+44,3%), Audi (+40%) e Volvo (+17,4%) tiveram crescimentos, Assim como a Jaguar, que aumentou as vendas em 16,7%. A BMW um pouco menos, com aumento de 2,4% no ano, mas nada mal num período em que o mercado total caiu 20,9%.

Outras marcas de luxo, de menor volume de vendas, tiveram crescimento ainda maiores, caso da Lexus, com alta de 70,5%. A Smart (+81,3%) e a Subaru (+66%) também tiveram crescimentos espantosos.

Isso sem contar algumas marcas que entraram pra valer no mercado este ano, caso da Jeep, e de outras com números desprezíveis de venda, como a Geely. Ambas tiveram números estratosféricos de crescimento, que não devem ser considerados na comparação com as demais. Na mesma forma, algumas tiveram quedas assombrosas, como a Rely e a Shineray (veja ranking), empresas que trabalham com números ínfimos no mercado.

Com exceção da Honda, que cresceu 17,4%, as marcas de médio volume, posicionadas entre o 4º e o 13º lugar no ranking, também perderam vendas este ano, mas em sua maioria a queda foi menor do que a média do mercado, com as exceções da Citroën, que caiu 43,4%, da Peugeot, – 36,4 e da Mitsubishi, que teve queda de 25,3% no período.

As vendas da Ford caíram 7%, da Hyundai 10,3% e da Renault 19,8%. Já Toyota (-2,5%) e Nissan (-6,3%) tiveram quedas menores.

Veja as marcas que mais ganharam e mais perderam esse ano

Joel Silveira Leite

Joel Silveira Leite é jornalista e pós graduado em Semiótica e Meio Ambiente. Diretor da Agência AutoInforme, responde pelos sites AutoInforme e EcoInforme. Apresenta o Boletim AutoInforme nas rádios Bandeirantes, Band News e Sulamérica Trânsito. É colunista em várias publicações.

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