A média não existe
Sou um ferrenho defensor do controle da velocidade no trânsito e apoio incondicionalmente o limite de 50 km por hora nos centros urbanos, conforme recomendação da ONU, a Organização das Nações Unidas, com o objetivo de reduzir os acidentes de trânsito, modalidade em que o Brasil é campeão mundial.
Os países desenvolvidos controlam a velocidade porque sabem que com isso estão salvando vidas humanas. E mesmo com o risco de tornarem-se impopulares, dirigentes restringem cada vez mais a permissão para acelerar. No último domingo, a França reduziu o limite para 80 km/h nas estradas secundárias do país e com isso vai salvar entre 300 e 400 vidas por ano! Respondendo sobre a desaprovação da medida pelos usuários, o primeiro ministro francês, Edouard Phillippe, disse simplesmente: "estou preparado para não ser popular".
Como se vê, não se deve medir esforços para controlar o ímpeto dos motoristas mais afoitos e tentar reduzir as trágicas estatísticas de acidentes e mortes no trânsito.
No entanto (e é aqui que eu quero chegar), é preciso ter bom senso na aplicação da lei e entender o comportamento do usuário. Não me refiro aos eventuais excessos de controle e eventuais e de "pegadinhas" dos radares, mas à fiscalização feita pela prefeitura de São Paulo (ainda em caráter experimental) da velocidade média em quatro avenidas na cidade: o primeiro radar registra o horário, assim como o segundo, e o computador calcula a velocidade média.
Pra começar, a medida não pode ser aplicada porque não está prevista do Código de Trânsito Brasileiro, para entrar em vigor precisa ser objeto de um Projeto de Lei.
E a proposta multaria o motorista que, numa eventual necessidade excedesse a velocidade de, digamos 80 km/h por alguns instantes, e deixaria de multar outro que andaria a 120 km/h em parte do trajeto e a 40 km/h na outra parte.
A medida impõe um controle desnecessário e não funciona. Como qualquer estatístico sabe, a média não existe: a média é burra.
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