Vendas caem 19%; produção 7%. Abril será pior

Situação é tão ruim que fabricantes não fazem previsões

A Anfavea apresentou nesta segunda-feira (6/4/20) o balanço do primeiro mês da crise. As vendas caíram 19% em relação a fevereiro e 22% em relação a março de 2019, conforme a AutoInforme adiantou na semana passada. E a produção teve uma queda de apenas 7%, com 190 mil veículos  (carros, caminhões, ônibus e maquinas).

"Abril vai ser mais impactante", revelou Luiz Carlos, mesmo sem querer fazer previsões de longo prazo, dado o tamanho da crise.

A maioria das fábricas está paralisada por causa da pandemia, mas os fabricantes garantem que os estoques são suficientes para atender os clientes nos próximos dois meses, com um total de 266 unidades.

Pelo cálculo do presidente Luiz Carlos Moraes, portanto, as vendas deverão ter uma reação em relação ao que ocorreu na segunda quinzena de março, quando as vendas diárias caíram a menos de mil unidades. Se o estoque atual for consumido nos dois próximos meses, a média diária de vendas será de 6,3 mil unidades no período.

Exportações

Se as vendas internas desabaram, a situação das exportações é ainda pior. Os números de março até que são parecidos (queda de 18% sobre fevereiro e de 21% sobre março do ano passado, com total de 30,8 mil unidades em março), mas as expectativas são piores, isso porque o principal comprador do Brasil, a Argentina, está numa situação muito ruim.

Os demais países compradores da América Latina devem ter uma recessão maior que a brasileira. Antonio Filosa, presidente da FCA, prevê uma queda de 40% no mercado brasileiro este ano, enquanto a América Latina como um todo deverá cair 80%.

A previsão inicial de vendas externas já era ruim, uma queda de 11%, mas no acumulado do primeiro trimestre os números já registram uma queda de 15%. Fora o que vem por aí!