Uma buzina para cada recalque
Como se não bastassem as estripulias que a maioria dos motoqueiros faz nas ruas, ao desrespeitar de forma contumaz as leis de trânsito, eles nos torturam com a onipresente buzininha irritante.
Outro dia parado no trânsito na 23 de Maio pude avaliar os tipos de buzinadas das motos na avenida: cada uma tem o seu significado. Uma alerta, outra xinga, uma terceira pede pra você sair das frente.
Observe:
Buzina preventiva. O toque breve. Tá tudo em ordem, mas o motociclista buzina para alertar o motorista que eventualmente resolva mudar de faixa. Ela quer dizer: tô aqui, heim? Vê se não vai entrar na minha frente.
Xingamento. Uma buzinada longa, aquela que o motoqueiro descansa o dedo no botão. Não serve pra alertar, pra nada. Ele tá só te xingando. A situação já está definida, o carro já mudou de faixa, não ofereceu nenhum perigo, mas o motoqueiro não gostou porque eventualmente teve que reduzir a velocidade. Então ele xinga com a buzina.
Alerta. Lá vem o bando. Essa buzinada é feita de toques breves e contínuos, é a mais irritante. É quando vem um monte de motociclistas, um atrás do outro pelo corredor. Só o líder buzina, avisando que os carros devem se afastar, deixando um espaço maior para eles passarem.
Sai da frente que esse espaço é meu. É um toque demorado e continua até que o motociclista passe por você, olhe pra trás e faz um sinal que não gostou, Acontece quando você liga a seta. Não precisa nem mudar de faixa, basta ligar a seta pra escutar a buzina na sua orelha.
Por osmose. Não tem trânsito, nenhum carro está dando seta, não há o menor risco, ainda assim o motociclista dá uma buzinadinha pra não perder a mania.
Considerações sobre a buzina
– Artigo 227 do código brasileiro
O uso da buzina só deve ser feito por meio de toque breve e para fazer uma advertência
Proíbe o uso entre 22:00 e 06:00 hrs
– Artigo 228 do código brasileiro (som/volume/freqüência)
Se não for usado como autoriza Contran – multa grave – apreensão do veículo
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