Morre em São Paulo... o Rio Tietê
Paulistanos não têm nada a comemorar no aniversário do maior rio do Estado
Ele ganhou um dia, 21 de setembro, para que a população paulista pudesse comemorar a importância do maior rio do Estado. Vamos fazer isso hoje, lembrar que o Rio Tietê teve uma relevância na história do Brasil, servindo de rota para os bandeirantes, que desbravaram o interior e também destruíram a cultura indígena.
Nascido a 840 metros de altitude, na cidade de Salesópolis, na Serra do Mar (onde tomamos sua água limpa e cristalina) o Tietê atravessa o estado de São Paulo até despejar suas águas no Paranazão, divisa com Mato Grosso, onde ele se recupera e volta a se tornar um rio piscoso, num total de 1.100 km.
Mas ao atravessar a região metropolitana de São Paulo o Tietê está morto: são 122 km totalmente contaminados (11% da sua extensão), entre os municípios de Itaquaquecetuba e Cabreúva, com água em condições péssima e ruim, conforme dados do projeto Observando os Rios, da Fundação SOS Mata Atlântica, divulgado nesta sexta-feira (21). A boa notícia – se é que se pode considerar assim – é que houve uma redução de 8 km na mancha de poluição em relação a 2017, mas ainda é 51 km maior que a marca histórica de 71 km, alcançada em 2014. A redução é conseqüência das oito toneladas de esgoto sem tratamento que deixaram de ser lançadas, diariamente, nos afluentes do rio, o que proporcionou
melhoria da qualidade da água no trecho entre Itu e Laranjal Paulista, elevando a média do Índice de Qualidade da Água (IQA) para regular.
As análises da água são feitas por voluntários, que são capacitados e instrumentalizados para realizar o monitoramento sistemático: são coletadas 83 amostras d'água de 32 municípios das bacias hidrográficas do Alto e Médio Tietê e Piracicaba, Capivari e Jundiaí.
Dos 112 pontos de coleta, 71 (63,4%) apresentaram condição de água regular, quer dizer, pode ser usada como recreação, irrigação, navegação e abastecimento público mediante tratamento.
A condição de rio morto, altamente poluído com índices de qualidade de água péssima e ruim, foi obtida em 35 (31,2%) dos pontos de coleta. Nenhum ponto analisado apresentou água considerada ótima e apenas seis têm água boa.
Rio morto é aquele que impede recreação, irrigação de culturas, navegação e abastecimento público, além de ser uma água sem oxigênio e, portanto, sem possibilidade de vida aquática.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.