A crise está só no começo
O buraco é tão grande que fabricantes não fazem previsões
Após uma previsão feita no início do ano, a Anfavea, associação dos fabricantes de veículos, costuma reavaliar o mercado e refaz periodicamente as previsões. Desta vez, no entanto, o presidente da entidade, Luiz Carlos Moraes, que deu uma entrevista coletiva diretamente da sua casa, nesta segunda-feira (6/4/20), disse que não há a menor possibilidade de fazer uma reavaliação das previsões, dada a profundidade da crise.
As vendas em março caíram 19% sobre fevereiro, conforme adiantamos aqui na semana passada (1/4/20) e a produção teve queda de 7%, sendo que abril será infinitamente pior.
"A crise está afetando todos os segmentos da indústria: produção, vendas, consumidores, investimentos, mercado financeiro etc. Por isso não há a menor condição de fazer qualquer previsão".
O que ele ariscou a dizer é que espera um segundo trimestre muito ruim, uma retomada no terceiro trimestre e a consolidação no quarto. Trata-se, no entanto, mais de uma expectativa do que uma previsão.
Nem mesmo observando as previsões das consultorias sobre a expectativa do PIB é possível ter uma noção do que vai acontece com a Economia, avalia Luiz Carlos Moraes. Das dezenas de consultorias consultadas, ele viu grandes diferenças nas avaliações, projeções que passaram de +2,5% em janeiro para uma média de -2,3% agora, "mas algumas chegam a falar em queda de 5% no PIB", disse.
O que parece indiscutível é que haverá uma queda expressiva na economia, considerando o que aconteceu em países como China (80%), Itália (85%), França (72%) e Espanha (69%).
O vírus Corona mantém hoje 63 fábricas paradas, em dez estados e 40 cidades, afetando 123 mil trabalhadores.
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