A segurança é opcional
Os carros vendidos no Brasil serão obrigados ter o controle eletrônico de estabilidade, conforme determinação do Denatran, o Departamento Nacional de Trânsito.
Que bom!
Mas, por pressão das montadoras, o órgão que regulamenta o trânsito no Brasil, aceitou implantar a medida somente a partir de… 2020!
Que lástima!
Até lá, os compradores dos carros mais baratos estarão mais sujeitos a se envolver em acidentes, graves e fatais, por causa da ausência desse importante equipamento de segurança.
Mais uma vez a indústria não disponibiliza a tecnologias de segurança para a ampla massa: o consumidor de menor poder aquisitivo não é atendido pela evolução tecnológica, como aconteceu com o freio ABS e o airbag, que passaram a ser obrigatórios somente em 2015. Da mesma forma, o espelho retrovisor do lado direito (que passou a ser obrigatório somente a partir de 1988) não equipava os carros populares por uma questão de custo. Quem quisesse poderia colocar o equipamento no seu carro, mas pagava por fora, como um item "opcional".
O controle de estabilidade, conhecido pela sigla em inglês ESC,
evita que o condutor perca o controle do carro em situações de risco. Sensores acionam o sistema para prevenir o acidente; ele impede que o carro perca o controle em situações como uma curva fechada, um desvio brusco ou quando você está correndo um risco de desgarrar da pista em piso molhado.
Está provado que o sistema evita acidentes fatais. Um levantamento feito nos EUA, pelo órgão federal que regulamenta o setor de transportes, revelou que o controle eletrônico de estabilidade foi o responsável por evitar oito em cada dez situações de capotamento.
Mas no Brasil o comprador de carro zero, principalmente o pequeno (que responde pela maior parte das vendas) não irá se beneficiar dessa tecnologia de segurança nos próximos quatro anos.
A indústria alega que precisa de um prazo para se adaptar às novas exigências, uma vez que a introdução de novas tecnologias pode não se adaptar a um projeto antigo. Pode ser, mas muitos fabricantes querem apenas adiar a exigência para se livrar do aumento de custo que o controle eletrônico de estabilidade acarretará.
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