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Cidade da JAC dobra de tamanho a cada quatro anos

Joel Leite

23/04/2012 12h35

O Centro de Tecnologia da JAC em Hefei está instalado num enorme edifício que abriga quatro mil engenheiros e desenvolve todos os produtos que a empresa dispõe no mercado chinês e exterior. São dezenas de veículos, de todos os segmentos, de carro pequeno a caminhões pesados, o que garante à marca a liderança no país em faturamento e o segundo lugar em número de unidades, atrás apenas da Chery. Saem das linhas de montagem das várias fábricas que a JAC mantém em Hefei 400 mil carros de passeio e 200 mil comerciais. Grande parte é exportada para quase toda a América Latina e quase toda a África, sendo o Brasil um dos seus principais clientes.

Apenas cinco montadoras chinesas fabricam mais de 100 mil carros por ano: além de JAC e Chery, a Lifan, a Geely e a Great Wall. As líderes do mercado são as montadoras estrangeiras que atuam em parceria com o governo chinês.

Os mais de 30 mil carros importados em 2011 deram ao Brasil a posição de principal comprador da JAC e a importância do País pode ser medida pela desenvoltura com que o presidente da SHC, Sérgio Habib, circula pela empresa. Ele palpita sobre tudo e faz as modificações que acha conveniente nos carros que vai levar ao Brasil.

Empresa estatal, assim como a maioria das montadoras de veículos na China, a JAC é uma das responsáveis pela formidável evolução da cidade nos últimos anos. Hefei registra um crescimento de 17% ao ano, o que significa dobra de tamanho a cada quatro ou cinco anos. É uma "cidadezinha do interior", situada na província de Anhui, apenas mais uma das 42 cidades no país com seis milhões de habitantes.

"Há três anos esse bairro não existia. O governo resolveu fazer um bairro aqui e veja o resultado", diz Sérgio Habib, referindo-se a uma região de Hefei totalmente urbanizada, com avenidas largas, calçadas floridas, bem cuidadas, asfalto perfeito, grandes edifícios de fino acabamento, um retrato de Primeiro Mundo. O empresário se entusiasma com a pujança do país e seus números astronômicos.

Costuma dizer que não se trata de saber SE a China será maior que os Estados Unidos, mas QUANDO isso vai acontecer". E destaca que 300 milhões de chineses – mais do que estadunidenses – estão aprendendo inglês, neste momento. "Cinquenta milhões de chineses estão aprendendo piano e crianças de 12 anos estudam Shakespeare".

O empresário se espelha no Centro de Tecnologia da JAC em Hefei para fazer um igual em Camaçari, onde está construindo a fábrica que vai produzir o J3 brasileiro, a partir de 2014. Ele deu mais detalhes do primeiro JAC brasileiro: o carro terá um entre eixos maior do que atual J3 importado e outras mudanças que deixarão o produto "totalmente novo". Confirmou que será uma família completa, começando com o hatch em 2014, depois seguirá o sedã em 2015 e um utilitário esportivo pequeno em 2015. Haverá uma versão 1.0, uma 1.4 e uma 1.5, todas flex, sendo que o preço começa (motor 1.0) com R$ 32 mil ,preços de hoje. A previsão é iniciar a comercialização do JAC feito no Brasil em meados de 2014.

Joel Leite, de Hefei, na China

 

Joel Silveira Leite

Joel Silveira Leite é jornalista e pós graduado em Semiótica e Meio Ambiente. Diretor da Agência AutoInforme, responde pelos sites AutoInforme e EcoInforme. Apresenta o Boletim AutoInforme nas rádios Bandeirantes, Band News e Sulamérica Trânsito. É colunista em várias publicações.

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