Internet muda a forma de vender carros
— Consumidor mais crítico leva fabricantes a fazer "uso integral da tecnologia" nas vendas a varejo
— JD Power prevê crescimento dos emergentes, mas acha que vendas no Brasil caem 1,9% este ano.
A análise feita na semana passada pelos técnicos da consultoria JD Power sobre a tendência do crescimento mundial de vendas de veículos não apresentou muitas novidades. Confirmou o que muita gente já vem dizendo sobre as tendências do mercado mundial: a saturação dos mercados estabelecidos, notadamente Europa e Estados Unidos e grande potencial nos países emergentes e do Japão.
Mas, a curto prazo, os consultores da JD Power são pessimistas em relação às vendas no Brasil. A previsão da consultoria é pior do que as já comedidas estimativas dos fabricantes e dos distribuidores e também bem abaixo do crescimento verificado nos sete primeiros meses do ano. A consultoria prevê uma retração de 1,9% do mercado interno este ano, com vendas de 3,36 milhões de unidades, enquanto a Anfavea mantém a previsão de crescimento de 4% a 5% e a Fenabrave de -0,5%. As vendas de carros e comerciais leves de janeiro a julho apresentaram aumento de 3% e o total de veículos (incluindo caminhões e ônibus) de 2,08 milhões de unidades.
Para os próximos anos, a JD Power aposta em crescimento do mercado brasileiro e acha que as empresas que buscam acompanhar esse crescimento deverão enfrentar alguns desafios, como o aumento da concorrência e a nova forma de vendas no varejo.
"Todo mundo corre para o mercado que está crescendo", disse John Humphrey, vice-presidente de operações globais da JD Power, referindo-se ao aumento de oferta nos mercados emergentes, com a chegada contínua de novas marcas, com carros importados ou construindo fábrica no País.
Com isso, o consumidor aumenta a possibilidade de escolha; ele tem maior possibilidade de buscar novas alternativas em relação a marca, qualidade, produto, experimentar novas opções.
Outro aspecto que as montadoras precisam levar em conta, segundo a consultoria, é a mudança na forma de comercialização, chamada de "Varejo3.0", calcada no uso integral da tecnologia, da internet. John Humphrey considera que a mudança na prática de vendas de carros foi radical nos últimos anos e vai continuar de transformando, pois a internet permitiu o aumento do número de informações ao consumidor em todos os campos: da tecnologia ao preço.
O consumidor compara os preços, os opcionais, o desempenho do carro, a qualidade. A transparência é muito grande.
Essa situação não pode ser considerada boa ou ruim, apenas diferente; e é essa mudança nas relações que tem que ser avaliada pelos atores do mercado. Segundo os consultores, ela abre uma grande oportunidade tanto para o consumidor quanto para as empresas, que precisam saber aproveitar essa nova situação.
Outra observação em relação ao comportamento do consumidor é a valorização da opinião do usuário, que é valorizada pelo consumidor na hora de escolher a marca, a concessionária e o modelo. Cada vez mais a pessoa que vai escolher um produto procura saber qual é a opinião das pessoas sobre ele.
Além disso, a consultoria entende que o mercado continua se inovando e que serão oferecidas novas opções ao consumidor; novos segmentos surgirão.
"Para se destacar será preciso, cada vez mais, se diferenciar do concorrente", encerrou o consultor.












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