Qualquer maneira de se mover vale a pena
O Dia Mundial sem Carro não é uma afronta aos usuários do transporte individual. É um momento de reflexão sobre o uso que nós fazemos dos veículos automotores, principalmente nas cidades, onde a estrutura não comporta mais carros, mas a gente continua comprando.
E quando o poder público toma iniciativas para amenizar o problema a gente acha ruim. Fala verdade, mesmo apoiando, a gente não reclama?
– É a faixa de ônibus que reduz espaço pra gente rodar com o carro.
– É o metrô de superfície que enfeia a cidade e traz poluição sonora.
– É a faixa de bicicleta que atrapalha o trânsito e reduz a velocidade dos carros nos domingos.
As cidades foram feitas para os carros.
Observe o encontro entre o carro e o pedestre na esquina: quem dá a passagem é pedestre, como se a obrigação de parar fosse dele.
Na prática, quem tem a preferência é o carro.
Isso não está certo.
Se você para o carro e sinaliza para a pessoa atravessar a rua ela agradece, como se você tivesse fazendo um favor. Em alguns casos, o pedestre se recusa a atravessar a rua: pede pro carro passar primeiro. Já reparou nisso?
Temos que resgatar a cidade para todos e para isso – roubando a poesia de Milton Nascimento- "qualquer maneira de se mover vale a pena": andar à pé, usar a bicicleta para ir ao trabalho, comprar um scooter elétrico, por que não um skate para pequenos trajetos como sugere Fernando Haddad? Eu até arriscaria experimentar o ônibus que quase dobrou a velocidade média: o transporte coletivo está longe de atender a classe média, mas a faixa exclusiva é um caminho.
Todo mundo ganhará com uma cidade mais aberta ao pedestre e aos demais meios de transporte, até mesmo a indústria automobilística, que vai vender carros com maior valor agregado (portanto com lucro maior) para ser usado com mais prazer e menos estresse.
Joel Leite
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