Concorrência e crise fazem carro ficar mais barato

— Nos últimos oito anos houve quatro quedas de preços e quatro aumentos, todos abaixo da inflação.

A grande concorrência e as ações agressivas de venda não têm permitido que as empresas pratiquem aumentos regulares de preços. Os reajustes nas tabelas, feitos pelas fábricas, não têm sido repassados totalmente para o preço final, uma forma de manter o produto competitivo no mercado.

As fábricas dão bônus à rede de concessionárias para que elas possam ter melhores condições de negociação com os clientes. O resultado é que, nos últimos oito anos, os aumentos dos preços de carros, na melhor das hipóteses, não têm acompanhado a inflação. Isso quando os preços não estão caindo.

Os números, resultados do Índice Autoinforme/Molicar do Preço de Verdade do carro zero (o preço realmente praticado), indicam aumentos abaixo da inflação ou queda desde 2006, quando foi iniciado um período com um cenário bem diferente dos anos anteriores (veja tabela).

Lendo a tabela você percebe que houve uma mudança profunda no comportamento dos preços praticados depois de 2006, quando a concorrência foi acirrada e particularmente depois da crise mundial. Antes disso, os aumentos eram constantes, e altos; depois de 2006 houve quatro anos com queda de preço e quatro com (pequenos) aumentos.

Se consideramos a inflação no período, é possível dizer que o carro tem ficado mais barato para o consumidor nos últimos oito anos.

Em 2013 houve um aumento residual de preço, apenas 0,4%, portanto bem abaixo da inflação no período, que foi de 3,9%. Mas em 2012 a queda foi violenta, 4,9%, para um aumento da inflação de 5,1%.

O último registro que se equiparou com a inflação ocorreu em 2005, quando a média de aumento do preço do carro de passeio foi de 7,4% (no ano anterior, 2004, o aumento foi de 14,6%), mas depois disso, só queda ou aumentos pífios.