O que esperar do mercado em 2014
— No Fórum do Automotive Business dirigentes criticam situação econômica, mas não demonstram um pessimismo generalizado.
Mesmo como quarto maior mercado automobilístico do mundo, o Brasil está passando por uma série de incertezas na economia e a Argentina, que influencia diretamente o nosso mercado, está passando por uma grande crise. Mercado de autopeças também é de incerteza segundo alguns dirigentes, que falaram durante o Fórum da Indústria Automobilística do Automotive Business, nesta segunda-feira em São Paulo.
Luiz Moan, presidente da Anfavea, disse que o atual cenário do mercado automobilístico " não vive uma situação confortável, mas não é tão ruim quanto alguns especialistas comentam".
Moan disse que no médio e longo prazo, o Brasil tem uma das melhores expectativas de crescimento, pois é o país que mais tem recebido investimento de montadoras, com novas fábricas e ampliações de unidades que já existem. Com isso ele espera ver o Brasil entre os quatro maiores produtores de carros do mundo nos próximos anos.
O presidente da Anfavea disse também que a restrição ao crédito tem impactado diretamente nas vendas e que conversas estão sendo mantidas com o governo para aumentar o prazo de financiamento para 60 meses e facilitar a retomada do carro, no caso de não pagamento, proposta que não agradou Letícia Costa, diretora da Prada, que também falou no seminário. Ela é contra prazos longos de financiamento.
Luiz Moan encerrou sua participação falando que até o momento o segundo aumento do IPI marcado para 1º de julho está mantido e as conversas sobre um possível adiamento estão paradas. O presidente ainda afirmou que, para as exportações voltarem a crescer, é necessário que o mercado argentino esteja estabilizado.
A situação do nosso maior importador é complicada: as vendas na Argentina estão em queda, o mercado de autopeças vive de importação e a tendência é que a situação não melhore antes de 2015.
Letícia Costa e Paulo Butori, presidente do Sindipeças, falaram sobre o cenário que cerca o mercado de autopeças. O Inovar Auto ajudou a aumentar em 7% o faturamento do setor em 2013 e a previsão é que esse crescimento continue nos próximos anos. No ano passado o setor investiu 1.927 bilhões de dólares.
Porém a expectativa para balança comercial em 2014 é ruim, com 10 bilhões exportados e 20 bilhões importados, o resultado é uma negativa de 10 bilhões de dólares.
Durante a coletiva foram apresentados alguns fatores que atrapalham o crescimento da indústria de autopeças no País, como problemas cambiais, excesso de tributos na cadeia, custo elevado de mão de obra, baixa produtividade, baixo investimento em PD&I e a insegurança burocrática.
Para Letícia Costa, a competitividade é a chave para que o mercado volte a crescer. Algumas medidas rápidas são necessárias, mas projetos a médio e longo prazos, como equalizar o custo de mão de obra e o custo Brasil, são de extrema importância para o setor.
Exemplificando melhor, a redução do IPI ajuda a impulsionar as vendas em um curto prazo, mas não traz a confiança necessária que as empresas precisam para investir no Brasil.
Paulo Butori comentou que a rastreabilidade é outro ponto que se não for resolvido dificultará muito o crescimento do setor e complementa que este assunto já não é mais complexo e que poderia ser implantada ainda este ano.
Porém não soube responder por que o projeto ainda não saiu e quando sairá. O prazo inicial era fevereiro de 2014. Vale lembrar que a rastreabilidade não será pelo modelo de cada peça e sim numa conta geral somando todos os tipos de peças. Os fatores citados junto com a demora do governo para definir a situação do mercado de autopeças prejudicam os investimentos no setor.
Caio Bednarski
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