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O Mundo em Movimento

O maior show da terra

Joel Leite

30/04/2014 15h46

— A Agrishow mostra a tecnologia no campo, que faz do agronegócio o oásis de otimismo no Brasil (mas também tem pessimistas).

Se há uma crise, se há desânimo em relação à economia, se as perspectivas de vendas são sombrias, tudo isso passa longe do setor agrícola, que está reunindo esta semana em Ribeirão Preto fabricantes de máquinas e equipamentos agrícolas, empresas de monitoramento de produção, de mapeamento de produtividade, enfim, todos os segmentos que fazem dos negócios do campo um oásis de otimismo. Exceto pelo presidente da Abimaq (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos), Luiz Aubert Neto, que, na contramão da opinião de expositores, disse que "a indústria de base no Brasil está acabando (sic) nos últimos oito anos".

A Agrishow, terceira maior feira de agricultura do mundo, concentra negócios que no ano passado representaram quase 25% do PIB total do Brasil e exportou U$ 100 bilhões, para uma importação de US 17 bilhões, resultando num excepcional superávit da balança comercial.

Carlito Eckert, diretor da Marsey Fergunson, uma das gigantes no segmento de máquinas agrícola, traçou um cenário de invejar os seus parceiros da indústria automobilística, que choram com a queda de 2,1% das vendas no primeiro trimestre. O curioso é que, segundo Carlito, as vendas de máquinas agrícolas deverão ter uma retração de 10% este ano em relação a 2013.

"É que 2013 foi um ano excepcional, um ponto fora da curva. Fora computados negócios realizados no ano anterior. Por isso, essa provável queda em 2014 não significa retração do mercado", tratou de explicar o dirigente, ratificando o otimismo. Ele disse que o evento ocorre num momento oportuno, no qual as commodities estão num cenário muito positivo, de grande rentabilidade.

O campo está comprando máquinas maiores, tecnologia de ponta, novidades desenvolvidas no Brasil e importadas; a renda do produtor rural continua crescendo, com perspectivas de manter o ritmo nos próximos cinco anos por causa da aplicação de tecnologia de  maquinário e também de sementes.

Há apenas duas exceções: a cana-de-açúcar e o café, cujo desempenhos devem impactar negativamente no setor este ano. A cana vive um momento difícil, dependendo de decisões políticas e o café sofre por causa de fatores climáticos. Não são quaisquer produtos: o Brasil é o maior produtor e o maior exportador mundial de ambos, além da laranja. É também o maior exportador mujndial de soja, frango e fumo (USDA 2012).

Nos estandes da feira, muitas novidades e tecnologia de precisão, que controla eletronicamente todo o processo de operação no campo, desde a preparação do solo, passando pela semeadura, colheita e chegando à conservação do solo e o armazenamento dos grãos.

Tudo é feito de forma mecanizada e controlada eletronicamente, por computadores, baseados em leitura feita por sensores eletrônicos, que garante a destinação exata da quantidade de fertilizante, por exemplo, que cada pede laranja deve receber naquele momento.

Um fabricante inventou uma colheitadeira de mandioca: a máquina faz um corte de 30 cm de profundidade na terra, recolhendo a raiz da planta, que é desintegrada para ser embalada. Criação brasileira. Tem muita novidade em colheitadeiras de café, cebola, batata, amendoim. Maquinário é o que não falta, de todos os tamanhos, para pequenos agricultores e o uso em imensas extensões de terra.

A indústria de veículos automotores ocupa papel importante no agro negócio, tanto com as máquinas com propulsão própria como com os tratores, utilizados para movimentar as máquinas de arrasto. Assim, os principais fabricantes de tratores colocam na feira as suas novidades, como Jonh Deere, Marsey Fergurson, New Holland, Agco, Ford, Puma, Case.

Não faltou representantes da aviação, com as marcas Líder e Beechcraft oferecendo opções para vôos executivos, como o Bonanza G36, o mais barato da linha, uma aeronave para seis pessoas por US$ 1 milhão

A indústria automobilística entra no agronegócio especialmente com picapes e caminhões. O segmento dos pesados cresce no ritmo do campo, quase 70% do transporte no País é feito sobre rodas.

Joel Silveira Leite

Joel Silveira Leite é jornalista e pós graduado em Semiótica e Meio Ambiente. Diretor da Agência AutoInforme, responde pelos sites AutoInforme e EcoInforme. Apresenta o Boletim AutoInforme nas rádios Bandeirantes, Band News e Sulamérica Trânsito. É colunista em várias publicações.

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