Vendas financiadas caem 8% no ano
Queda soma vendas de carros usados e novos; expectativa de melhorias após a Copa do Mundo não ocorreu
O mercado de carros 0K está enfrentando um ano difícil, com as vendas em queda de 9,5% no acumulado do ano e setembro apresentando o pior desempenho em vendas diárias (veja o balanço da quinzena).
O financiamento, que é responsável pela maior parte das vendas, também está vivendo um momento de retração: segundo a Cetip, que é responsável por todas as operações a prazo (CDC, leasing e consórcios), houve queda de 4% nos negócios em agosto em relação a julho e de 12% na comparação com agosto do ano passado. Foram vendidos 513.948 carros novos e usados em agosto.
No acumulado do ano as vendas de carros com parte financiada chegaram a 4,085 milhões, queda de 8% em relação ao mesmo período do ano passado.
"A expectativa de recuperação do ritmo de vendas financiadas de veículos após a Copa do Mundo acabou não se confirmando", disse Marcus Lavorato, da Cetip. "A estagnação da renda e o baixo nível de confiança do consumidor parecem ditar o rumo do mercado este ano", concluiu, alertando no entanto que agosto teve dois dias úteis a menos que julho e que a média diária de financiamento foi maior no mês passado.
Para Marcus Lavorato o maior problema do mercado de carros é a baixa confiança do consumidor. Disse que o índice de confiança está quase no mesmo nível do verificado na crise de 2008.
Uma pesquisa da Fundação Getúlio Vargas avalia que o consumidor está preocupado com a situação econômica, ao mesmo tempo em que ele começa a ver risco de perder o emprego. Essa desconfiança leva o consumidor a recusar a oportunidade de crédito, porque não aposta no futuro.
Marcus lembra que a confiança é fundamental para que o consumidor de bens duráveis financie a compra.
No ano passado as vendas a prazo representaram 62,4% do total de carros novos no período janeiro a agosto; neste ano a participação caiu para 60,4%.
O tíquete médio de financiamento (valor médio do carro financiado) aumentou 2,4% no acumulado do ano, passando de R$ 24.556,00 para R$ 25.143,00.
Isso quer dizer que o preço do carro aumentou ou então o consumidor passou a financiar uma parte maior do bem.
Nos carros novos o tíquete médio subiu de R$ 30.691,00 para R$ 31.682,00 e nos usados (com menos de três anos de uso) de R$ 25.690,00 para R$ 27.171,00.
O prazo médio de financiamento (tempo médio que o consumidor paga o carro) para os usados se manteve estável em 40 meses. Já o prazo médio para os novos caiu de 40 para 37 meses, isso significa que o consumidor que financia o carro 0K está pagando mais rapidamente. A razão desse fenômeno pode ser a campanha agressiva que algumas montadoras têm feito nos últimos meses, oferecendo pagamento em curto prazo (24 e até 12 meses) sem juros.
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