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A bicicleta começa o ocupar espaço na cidade

Joel Leite

24/09/2014 13h41

Mais presente nas ruas paulistanas, a magrela ainda não é respeitada pelos demais veículos 

Os principais desafios para fazer da bicicleta parte integrante da cidade de São Paulo começam a ser vendidos: a magrela já é aceita por boa parte da população, que vê com simpatia os passeios de fim de semana nas avenidas da cidade e aprova as ciclovias e ciclofaixas que tingem parte das vias de vermelho. Por sua vez, os governos mostram interesse em investir no uso desse transporte que não polui e faz bem à saúde.

No entanto, Renata Falzoni acha que ainda falta muito para bicicleta ser aceita pelo paulistano. A jornalista, pioneira no uso da bike na cidade, participou nesta semana de evento em comemoração à Semana da Mobilidade, promovido pelo Banco Itaú e que a participação de Clarisse Linke, do Instituto de Políticas de Transporte e Desenvolvimento e de Daniel Guth, consultor na área de mobilidade urbana.

Para Renata, campanhas de conscientização e de apoio ao uso das bicicletas, realizadas pelos órgãos públicos, seriam um começo para integrar esse tipo de transporte aos demais; outra saída é desestimular a população a usar o carro nos trajetos de curta distância, pois é cada vez mais difícil encontrar vaga nas ruas para estacionar, mesmo na Zona Azul, que tem um custo.

Desestimular o uso do carro traria diversos benefícios para as cidades, segundo a palestrante Clarisse Linke. Ela lembra que 12 pessoas morrem por dia com problemas respiratórios. E com menos carros na rua, a emissão de CO² também seria reduzida, ajudando a diminuir os problemas respiratórios da população.

Daniel Guth afirmou que o paulistano perde 2 horas e 43 minutos do seu dia dentro do carro, preso do trânsito. Com o uso das bikes esse número cairia muito, além de você praticar exercícios físicos.

Outra sugestão para viabilizar ainda mais o uso das bikes nas grandes cidades é criar rotas de ciclofaixas que sejam ligadas ao metrô e as linhas de trem, assim o cidadão pode pegar a bike, usar a ciclofaixa para ir até o metrô, embarcar e descer na estação que ele quer, e de lá, seguir de bike até onde pretende. "Claro que as estações de trem e de metrô vão precisar de estações de bikes próximas, mas essa é a parte mais fácil de ser solucionada", disse Daniel Guth.

Em parceria com a prefeitura de São Paulo, o Itaú disponibiliza bicicletas como transporte alternativo em São Paulo (e também em outras capitais). Já são 450 estações de bicicletas instaladas pelo banco em sete capitais, que oferecem 4,5 mil unidades para quem quiser deixar o carro em casa.

Joel Leite, com a colaboração de Marina Marques

Joel Silveira Leite

Joel Silveira Leite é jornalista e pós graduado em Semiótica e Meio Ambiente. Diretor da Agência AutoInforme, responde pelos sites AutoInforme e EcoInforme. Apresenta o Boletim AutoInforme nas rádios Bandeirantes, Band News e Sulamérica Trânsito. É colunista em várias publicações.

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